Crise de água, em Montepuez, resulta da caducidade do sistema de 1950
Crise de água, em Montepuez, resulta da caducidade do sistema de 1950
Por: Dimitro Roda
Maior
parte dos habitantes da autarquia de montepuez, em cabo Delgado, lamenta sobre o
problema de falta deste precioso líquido, sobre tudo, água potável, devido a
incapacidade do sistema de abastecimento da mesma, construído na década 1950
para responder a demanda.
A nossa equipe de
reportagem que há dias escalou a cidade, viu o sofrimento a que a população
está sujeita, problema que se agravou por falta da queda regular de chuva e
resultante do aumento do número de consumidores nos últimos 5 meses, situação
que faz com que os poços tradicionais abertos para mitigar a crise sejam
igualmente partilhados na calada da noite por animais como porcos e cães.
Alguns habitantes da
cidade de Montepuez falaram que o problema de falta de água resulta do facto de
o sistema de abastecimento, actualmente com 71 anos de existência, ter deixado
de dar a resposta dos munícipes, cujo número cresceu em termos de pessoas e
bairros residenciais.
Com efeito, segundo
dados da edilidade, o sistema de abastecimento de água, a cidade de Montepuez,
possui 26 fontenários, distribuídos pelos bairros Matuto1, Matuto 2, Matuto 3,
Matuto 4, Nacate, Mirige, Napai, Nkomate, Napela, Niuhula, Nnawa e Nepara, mas
que, por razões de vária ordem, apenas 6 estão neste momento operacionais.
Nos últimos 5 meses, subiu
o número de habitantes com a entrada de deslocados de guerra que vem a assolar
aquela província Moçambicana, a cidade de Montepuez passou de 12 bairros para
16, verificando-se aqui o surgimento de 4 novas unidades residenciais para reassentamento
das vítimas dos ataques terroristas (Marmonte, Matunta, Nicuapa e Nakhakha),
algumas delas construídas em zonas baixas, onde outrora as populações faziam
simultaneamente machambas de arroz e poços tradicionais, que ajudavam a superar
a crise de água, principalmente no verão.
“ á não há espaço para
fazer poços, essas zonas baixas onde foram erguidos novos bairros, serviam-nos
muito nos anos passados para diminuir a crise de água, que sempre se fez sentir
aqui no distrito de Montepuez que, infelizmente, cada dia que passa está a
ficar sem condições de dar assistência básica aos seus habitantes” – disse
Marcos Mabote residente daquele município.
Por sua vez, Margarida
Elias, outra munícipe residente no bairro de Matuto 4 acrescentou que as
pessoas correm risco de contrair doenças por causa de partilha de água com os
animais domésticos como porcos e cães vadios que, na calada da noite fazem-se às
fontes dos poços a céu aberto, feitas pelos munícipes nos bairros de modo a
travar essa crise, para igualmente beberem.
“Corremos risco de
contrair cólera e outras doenças diarreicas porque, para além de água não ser
própria para o consumo humano, por ser salubre e cheia de lama, também
disputamos com porcos, cabritos e cães, por isso o governo devia no mínimo
tratar ou abrir fontes convencionais, pedimos socorro”.
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